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GAZETA DO POVO – SISTEMA DE AR-CONDICIONADO ESCONDE MUITOS PERIGOS.

Gazeta do Povo – Curitiba, Quarta-Feira, 15 de Abril de 1998 (parte)
Sistema de ar-condicionado esconde muitos perigos

Manutenção constante evita uma série de problemas de saúde, mas maioria das empresas não tem consciência da sua gravidade

Kristhian Kaminski

Embora a correta manutenção do sistema de ar-condicionado, especialmente no ambiente de trabalho, possa evitar uma série de problemas de saúde, as empresas paranaense não tem dado a devida atenção ao assunto. É o que afirma o médico do trabalho Ruddy Facci, presidente do Instituto Internacional Saúde no Trabalho. “Temos, inclusive, uma parceria com uma das maiores empresas do mundo nesse setor, de Costa Rica, para atender empresas interessadas em melhorar a qualidade do ar. Mas o difícil é elas se sensibilizarem da importância disso”, afirma.

A má qualidade do ar, provocada pela manutenção inadequada dos sistemas, ocasiona um dos problemas mais graves do cotidiano – ao lado da Lesão por Esforço Repetitivo (LER) -, que é chamada pelos especialistas de “síndrome dos edifícios doentes”. “Na verdade não são as pessoas que estão doentes, mas os prédios em que elas vivem e trabalham. Sintomas vagos, como mal-estar, dor de cabeça, podem ser indicadores de que o ar respirado não tem boa qualidade”, destaca Facci.

Até então relativamente pouco abordado, o assunto veio à tona em função da recaída do ministro das Comunicações, Sérgio Motta, atribuída a bactérias alojadas na tubulação do ar-condicionado do seu gabinete em Brasília. O microorganismo em questão seria a Legionella Pneumophila, que tem como um dos seus principais focos a água retida nos aparelhos de ar-condicionado.

Concepção

De acordo com o médico, a qualidade do ar começa na concepção do sistema. “Mas nos prédios em que já existe sistema de ar, você não vai derrubar tudo. O necessário é fazer um diagnóstico do prédio e depois um tratamento, ensinando o pessoal da manutenção como cuidar melhor dos sistemas. Com isso, se resolve até 80% dos problemas de saúde provocados pela má qualidade do ar”, afirma Facci.

Facci destaca ainda, que não se trata apenas de fazer a limpeza semanal dos filtros, mas também dos dutos de ar. “Procura-se agir na causa, que são os dutos. Depois você cerca de outras medidas”, diz.

Aparelhos expelem impurezas

Os sistemas de ar-condicionado escondem uma infinidade de partículas e microorganismo, tais como mofo, fungos e bactérias, que são constantemente expelidas no ambiente e inaladas pelas pessoas que vivem e trabalham nos locais nos quais estão instalados. Algumas das partículas ou seres microscópicos podem apenas ocasionar ou intensificar problemas de saúde considerados comuns, sendo exemplos a gripe, asma e bronquite. Mas tais sistemas podem abrigar problemas muito mais graves, como a bactéria conhecida por Legionella Pneumophila.

Quem explica os problemas que podem ser ocasionados por um sistema de ar-condicionado que não tenha a manutenção adequada é o pneumologista Jairo Sponholz Araújo. “Existem duas coisas distintas: uma é aquele edifício que está pulverizando mofo, fungo, enfim, todo o tipo de impureza que está acumulada nas tubulações e reservatório dos aparelhos de ar-condicionado; e a outra é a legionelose, que é uma doença menos freqüente, que pode até matar”, diz o especialista. Esta última, acrescenta, quando a bactéria se instala no sistema provoca uma “microepidemia” no ambiente.

Problemas

Mas independente da legionelose, existem uma série de problemas que podem ser provocados ou agravados pela má conservação dos sistemas, conforme destaca Araújo. E os efeitos no organismo das pessoas expostas vai depender da resistência e da propensão de cada um. Em Curitiba existem ainda poucos sistemas centrais de ar, em comparação com outras cidades. Mas quando percebemos em consultório que a pessoa tem problemas que podem ter sido ocasionados pelo ar-condicionado nós as orientamos a cuidar corretamente do aparelho”, afirma.

No caso daqueles que convivem com ar-condicionado no ambiente de trabalho, comenta o pneumologista, os pacientes são orientados a cobrar das empresas medidas para contornar o problema. “O que nós vemos é que a limpeza, em especial dos dutos de ar, é precária. Quando instalados, não se prevê limpeza e por isso as tubulações são muito estreitas, dificultando esse trabalho”, destaca Araújo.

Voltando a Legionella, o especialista destaca ainda que ela requer especial atenção, devido ao seu potencial de agressividade. Isso porque ela pode evoluir de quadros de gripe forte para uma pneumonia de difícil tratamento. (KK)

Doença foi identificada em 1976

A legionelose, doença que os médicos suspeitam ter provocado a recaída do ministro Sérgio Motta, foi identificada em 1976, na Filadélfia (EUA), durante uma convenção de legionários. Nela, 221 pessoas ficaram doentes, das quais 34 morreram. Por causa disso, ela recebeu a denominação de “legionaires desease”, que traduzido para o Português significa “mal dos legionários”.

Um dos principais focos da bactéria é a água retida dentro dos aparelhos de ar-condicionado. O frio e a baixa umidade do ambiente refrigerado também diminuem a resistência dos mecanismos de proteção das vias respiratórias, permitindo a entrada dos microorganismos. A Legionella é tida pelos especialistas como um dos principais germes responsáveis pela “síndrome dos edifícios doentes”, sendo que no Brasil a incidência da doença por ela provocada é mais comum do que se supunha a alguns anos.

Tosse, ressecamento e irritação na garganta, febre, lacrimejamento e cansaço são alguns dos sinais de alerta de que houve contaminação. Embora esses sintomas possam ser provocados por outros microorganismos, no caso da Legionella eles ocorrem numa espécie de “microepidemia”, afetando pessoas que estão no mesmo ambiente. (KK)

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